A Jornada de Agroecologia é universidade dos movimentos populares do Paraná. Nela, seus professores são camponeses, enquanto a sociedade é corpo estudantil. As salas de aula são tendas levantadas por organizações campesinas, ao passo que as matérias são ministradas durante místicas, feiras, festivais, oficinas e seminários. Seu ato político é a formatura e as cartas finais, suas monografias.
Ao chegar a sua 21ª edição, comprova que é possível organizar a luta com muita formação intelectual da militância. 23 anos depois de seu início, em 2001, a Jornada agrega à denúncia do agronegócio e da concentração fundiária brasileira, a urgente discussão socioambiental, a crise do capitalismo dependente e a batalha ideológica.
O local que receberá essa verdadeira escola policultural é bem simbólico: o Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná. A centenária instituição abrirá os portões de seu maior campus, pela primeira vez. A luta pela democracia e pela reforma agrária, no Brasil, passa por fazer conviver as ciências da terra, da biologia e da tecnologia com os saberes tradicionais, agroecológicos e políticos do campesinato. É o que a 21ª Jornada de Agroecologia convida a realizar.