O vereador Guilherme Kilter (Novo) quer censurar manifestações políticas que ocorram dentro de instalações da administração pública municipal direta e indireta. O projeto de lei protocolado no último dia 23 de janeiro impede o hasteamento, afixação e pintura de bandeiras, símbolos e elementos visuais. O vereador já está sendo alvo de questionamento no Conselho de Ética da Câmara Municipal. A vereadora Professora Ângela (PSOL) o denunciou por prática de transfobia contra a deputada federal Erika Hilton.
O vereador defende a censura completa a qualquer tipo de manifestação que não se restrinja ao uso da bandeira do Brasil, Paraná, Curitiba e outras oficiais. Alegando impessoalidade e moralidade, ele quer proibir de “ser hasteados, afixados ou pintados símbolos, quadros, faixas, cartazes, fotografias, murais, grafites e quaisquer outros elementos que tenham intuito de propaganda político-partidária ou de representação de movimentos ideológicos ou sociais”.
Ou seja, campanhas como Maio Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul, de Combate ao Racismo e tantas outras estariam proibidas de serem expostas, conforme o projeto. Ao justificar o projeto, o vereador entende que espaços políticos não devem ter manifestações políticas.
“A medida visa garantir a neutralidade dos espaços públicos municipais, assegurando que permaneçam livres de manifestações que possam caracterizar preferências ideológicas ou partidárias”, sugere o vereador.
Proposta visa impedir manifestações em espaços públicos. Guilherme Kilter (Novo). Foto: Diretoria de Comunicação Social / CMC
Representação no Conselho de Ética
Guilherme Kilter foi representado no Conselho de Ética da Câmara de Vereadores de Curitiba pela vereadora Professora Ângela. O vereador curitibano não gostou do vídeo em que a deputada Erika Hilton desmente a fake news da taxação do PIX e ironizou a parlamentar federal.
Ele “deixa implícito que a mesma não seria mulher, em virtude de sua identidade de gênero como mulher trans. Tal conduta configura transfobia, uma vez que desrespeita a identidade de gênero da Deputada e a coloca em situação de vulnerabilidade, ao negar sua existência como mulher. É importante ressaltar que a transfobia configura crime de ódio e viola os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, garantidos pela Constituição Federal”, sustenta a denúncia.