Ficou mais cara a tarifa dos trens urbanos operados pela Supervia na região metropolitana do Rio de Janeiro. O reajuste de R$ 0,50 na passagem, passando de R$ 7,10 para R$ 7,60, começou a valer no último domingo (2). O valor atualizado configura a passagem mais cara do país, ultrapassando os R$ 7,50 do metrô Rio.
A Tarifa Social está mantida para usuários do Bilhete Único Intermunicipal (BUI) com renda de até R$ 3.205,20. O benefício ativado no cartão Riocard garante o valor de R$ 5, praticado desde 2023. A diferença é custeada pelo governo estadual.
Para o especialista em mobilidade urbana Licinio Machado Rogério, os problemas estruturais nos trens e estações da Supervia afastam cada vez mais o passageiro. Embora o contrato tenha previsto o aumento anual da tarifa, o transporte sobre trilho cada vez mais caro perde lugar para outros meios como o BRT.
“A gente precisa ter uma autoridade pública metropolitana para cuidar de todo o transporte no Rio de Janeiro. Para melhorar a situação a médio prazo isso tem que ser feito. E no curto prazo, não é possível ficar aumentando o preço para todo mundo”, afirma o coordenador do Fórum de Mobilidade Urbana do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.
Mais caro, menos demanda
Licinio evidencia a disparidade no valor gasto para percorrer cerca de 60km de Campo Grande, bairro da zona oeste, até à zona sul do Rio. No BRT, o passageiro desembolsa R$ 4,70 na integração do BRT com o ônibus circular. Se optar pela integração do trem com metrô o valor praticamente dobra, sobe para R$ 8,55.
“Não é possível ter concorrência de ônibus e trem. Isso é um erro do sistema dando subsídio para pneu, poluente, e tirando passageiro de um sistema sobre trilhos que é muito mais eficiente. Isso vai gerar um aumento de custo, porque as mesmas linhas, os mesmos trens andando com menos passageiro custa mais caro. É um desequilíbrio que vai gerar aumento de passagem”, conclui o especialista.
A Supervia afirma que o reajuste é realizado anualmente conforme previsto no contrato de concessão e considera custos fixos com a operação impactados pela inflação.
Novo sistema
O Rio adiou o início da operação exclusiva do novo sistema de bilhetagem digital que vai substituir o Riocard. Isso porque ainda não há integração do novo sistema Jaé com o Bilhete Único Intermunicipal.
Com o prazo estendido, a orientação é para que passageiros façam a migração para o novo sistema de forma gradativa. Os modais estaduais, como os ônibus intermunicipais, a Supervia, o metrô e as barcas, continuarão utilizando o sistema Riocard.
A partir de 1º de julho, o Jaé será o único sistema de bilhetagem aceito nos modais municipais. O Jaé ja está em operação em todo o sistema de transporte público regulado pelo município: BRT, VLT, frota de ônibus municipais (SPPO) e vans.
Saiba como se cadastrar no passo a passo da Prefeitura do Rio.