Esta semana, o país amanheceu perplexo com as imagens da delação do ex-policial militar Élcio Queiroz falando sobre a execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes: “Ele já estava com o vidro aberto e eu só escutei a rajada; da rajada, começou a cair umas cápsulas na minha cabeça e no meu pescoço”.
“Ele”, o atirador, era outro ex-PM, Ronnie Lessa; Queiroz, o motorista da emboscada. Muitos outros detalhes encontram-se no registro da delação transcrita em 70 páginas, inclusive demais envolvidos, um deles preso nesta segunda – Maxwell Corrêa, ex-bombeiro.
A indignação só aumenta, porque continua a pergunta: quem mandou matar? Mais de cinco anos nos separam daquele 14 de março de 2018. De lá para cá o Brasil esteve afundado em severa crise institucional, fruto de um golpe de Estado que gestou o bolsonarismo e todos os seus crimes contra a democracia.
Apesar da falta de respostas, a investigação parece não estar mais parada. O próprio Ministério da Justiça atual, diante da inércia anterior, determinou abertura de inquérito, pela Polícia Federal, para investigar o caso. Logo, o Ministério Público do Rio de Janeiro mostrou serviço. Enquanto isso a democracia brasileira aguarda pela solução de caso, para honrar o legado de Marielle.