No dia 15 dezembro, Ludmilla veio a Curitiba, mostrando a estrutura que a indústria cultural pode movimentar: artistas, sonoplastas, DJs, contrarregra, seguranças, bombeiros, garçons, instrumentistas, guitarristas, vocais de apoio e cantores. Isso é a cultura gerando renda. Talvez a frase de Angela Davis nunca fez tanto sentindo, "Quando uma mulher negra se movimenta, toda estrutura da sociedade se movimentar com ela". E Ludmilla fez de Curitiba seu quintal, em sua fala apresentou o empoderamento da mulher negra. Vale salientar que o Paraná possui 34% da sua população negra e parda, e demarcar tal referência é fundamental, é de extrema importância uma agenda como essa ocorrer na capital do estado.
Show da Ludmilla em Curitiba (15/12/2024) / Foto: Hélio Conrado
A turnê, denominada Numanice, teve uma área reservada a influencers dos mais diversos públicos dos mais diversos corpos e raças. Entre os presentes, destacou-se a vereadora eleita de Pinhais pelo PT, Miss Preta, que ao tocar um dedinho de prosa com esta colunista, relatou a expressiva quantidade de jovens, negros e LGBTs no show.
Renata Borges e a vereadora Edna Sousa (PT), também conhecida como Miss Preta. Show da Ludmilla em Curitiba (15/12/2024) / Foto: Hélio Conrado
Ludmilla traz o recorte de mulher negra e lésbica ocupando seu espaço em uma sociedade racista e misógina. Durante a apresentação, a cantora levou ao palco sua mãe, Silmara, figura presente em sua turnê, além da sua companheira Brunna Gonçalves, que esta grávida.
Ludmilla e Brunna. Show em Curitiba (15/12/2024) / Foto: Hélio Conrado
Gravidez
A cantora e Brunna escolheram a fertilização ROPA (Recepção de Óvulos da Parceira) para terem um filho juntas. Esse método permite que a parceira doadora forneça óvulos e a outra seja a gestante. O processo envolve etapas como estimulação ovariana, coleta de óvulos, fertilização in vitro e transferência para a gestante. Esse procedimento tem sido escolha frequente entre casais com útero, incluindo mulheres lésbicas e homens trans.
A técnica de inseminação custa aproximadamente 30 mil reais. Embora alguns planos arquem com o processo, a paciente precisará custear o medicamento que gira em torno de 10 mil. Vale ressaltar que a dupla maternidade do casal ocorrerá via judicial, pois o Brasil não possui leis afirmativas que regulamentem essa questão.
Leia outros artigos de opinião de Renata Borges em sua coluna no Brasil de Fato PR.
*Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.